13 horas | Os soldados secretos de Benghazi ♥

“Uma demonstração de coragem pode ser contagiante e inspiradora,
bem como um ato de covardia pode ser desmoralizante“. [p.23]
13 horas | Os soldados secretos de Benghazi

Para quem ainda não sabe, em fevereiro o meu blog foi selecionado como parceiro do Grupo Editorial Record e 13 horas | Os soldados secretos de Benghazi foi o primeiro livro que eu solicitei para a editora.

ISBN: 978-85-286-2053-5 | Bertrand Brasil | 350 páginas | 22,6 x 15 x 2,4 cm | 2016

Apesar de eu não ter muito contato com literatura de não-ficção, eu preciso avisar logo que eu amei a leitura de 13 horas !! Estou abraçando o livro até agora ♥.

Já adiantando, para deixar bem claro: o conteúdo é extremamente pesado.

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Em 11 de setembro de 2012, o Complexo Diplomático dos EUA e o Anexo – base da CIA – em Benghazi, na Líbia, sofreram ataques de terroristas.

13 horas vai nos contar então, do ponto de vista de seis soldados – equipe de segurança do anexo, chamados de operadores -, todos os acontecimentos daquelas longas 13 horas em que eles lutaram bravamente para proteger a vida dos americanos que estavam lá.

“É sobre o que aconteceu na linha de frente, nas ruas e nos telhados de Benghazi, quando balas voavam, prédios queimavam e bombas choviam. Quando vidas foram salvas, perdidas e para sempre transformadas“. [p. 9]

O relato, como eu já falei, é bem pesado, mas ele vai nos mostrar atos de coragem, de amizade e de heroísmo que a gente vai ficar de cara – pelo menos eu fiquei, né ?! – a ponto de nos apegarmos a determinadas pessoas que estão no livro.

Quando eu terminei de ler, eu queria dar um abraço em cada operador !!

A gente sabe que a Líbia é um lugar perigoso, então passamos o tempo inteiro durante a leitura esperando que algo ruim aconteça ali.

Sabe quando você fica torcendo para, em ficções, que as coisas aconteçam logo ?! Aqui eu estava torcendo para não acontecer, só pelo fato de saber que é real e que, sim, de fato, já aconteceu.

Não sei se fui muito clara, mas espero que tenha dado para entender…

No livro, nós vamos ser apresentados a uma rápida história de Benghazi, vamos entender os conflitos existentes por conta do ditador Kadafi e do petróleo, e porque Trípoli cresceu e Benghazi ficou do jeito que está.

Vamos presenciar o fluxo livre de armas, o sentimento antiamericano que se instalou, o extremismo islâmico e a própria falta de governo em Benghazi.

Vai ser relatado sobre o caos de lá, mas também vamos passar por belezas naturais comentadas rapidamente por dois operadores, Rone e Jack.

Vamos conhecer de perto como era o Anexo, o Complexo Diplomático e os seus arredores e como era a rotina dos operadores.

Assim como vamos conhecer também um pouco mais sobre o embaixador americano Chris Stevens e o que ele estava fazendo ali na Líbia. O encontro de Chris com o prefeito de Benghazi caiu na mídia, o que resultou um clima bem tenso por lá.

As coisas agravaram-se ainda mais quando manifestações de milícias na embaixada dos EUA no Cairo, Egito, começaram a eclodir por conta de um vídeo antimuçulmano lançado por lá, no youtube.

“A violência política na forma de assassinatos e veículos-bomba aumentou tanto em Benghazi quanto em Trípoli… O conflito entre milícias pode eclodir a qualquer momento e em qualquer lugar do país“. Departamento de Estado, [p. 85]

O ataque em Benghazi aconteceu primeiro no Complexo Diplomático, que não estava totalmente protegido com os padrões de segurança exigidos pelo Congresso.

Além disso a proteção do Complexo contava também com a ajuda de uma milícia líbia não preparada para ataques terroristas !! O que facilitou ainda mais a entrada dos rebeldes por lá.

E aí, no livro, serão levantadas várias outras questões sobre o que aconteceu e como tudo isso poderia ter sido evitado, sabe? Me irritou algumas decisões que os superiores tomaram !!

A partir daí os relatos são bem angustiantes e eu realmente fiquei emocionada com a coragem e com as atitudes dos operadores – Mark “Oz” Geist, Kris “Tanto” Paronto, John “Tig” Tiegen, Tyrone “Rone” Woods, Jack Silva, Dave “D. B.” Benton – e, acima de tudo, com a maneira com que eles levaram tudo aquilo e com a conexão que existia entre eles.

Depois do ataque ao Complexo, foi a vez do Anexo sofrer com tiroteios e bombardeios, quando todos os operadores já tinham voltado para lá com os americanos resgatados no Complexo.

Tenso demais porque tudo vai ser narrado detalhadamente, minuto a minuto de como as coisas foram acontecendo !!

E eu só fiquei mais chateada ainda com a falta de ajuda – vai ser explicado direitinho o que faltou – que deveria vir dos poderosos chefões. Quem for ler vai entender do que eu estou falando…

13 horas | Os soldados secretos de Benghazi foi escrito por Mitchell Zuckoff como narrativa, e isso me envolveu demais na história e facilitou muito a minha leitura; acho que foi por isso que eu gostei tanto de ler esse livro.

Só para deixar bem claro aqui, o livro não tem intensão de apoiar ou satisfazer nenhum lado ou nenhuma controvérsia específica sobre o caso que é envolto por um manto de mistérios !!

Não tem interesse político nem partidário; os operadores apenas sentiram necessidade de manifestar suas ações, sentimentos e o que eles viram e realizaram por lá. E eu só digo que é emocionante.

Mas, lembra, é um livro bem forte, ok ?!

O livro brochura tem capa em papel couchê com brilho; na primeira orelha temos uma sinopse do que se trata o 13 horas | Os soldados secretos de Benghazi e na última orelha uma mini biografia de Mitchell Zuckoff e da Equipe de Segurança do Anexo.

Além do relato dos operadores, o livro apresenta: nota ao leitor, a equipe de segurança do anexo, outros envolvidos, nota das fontes, bibliografia, agradecimentos e um índice remissivo.

Mas o que enriqueceu mais ainda o relato, na minha opinião, foram os mapas e as fotos !!

“Como um animal por muito tempo sofrendo maus tratos, Benghazi foi se tornando má e desconfiada“. [p. 31]

“Deem uma olhada ao redor da sala. Em vinte anos, metade de vocês já terão partido. Caras sentados ao seu lado serão mortos em acidentes de treinamento, ou em combate, ou de outra forma qualquer“. [p. 37]

“Se você vai morrer, morra gargalhando. Gargalhando e lutando“. Tanto. [p. 58]

“A última coisa que você vai ter quando o dinheiro acabar e todo mundo te abandonar é a sua palavra. Os seus culhões e a sua palavra. Se você não puder falar que mandou ver lá fora e que fez tudo o que pôde para proteger as pessoas, você não tem nada. Se você não é honesto e não está disposto a dar a sua vida pelo seu irmão, você não vale o seu peso em mijo“. Tanto. [p. 59]

“Respeito, integridade, coragem, humildade, empatia e disciplina“. [p. 59]

“Um herói é alguém que deu sua vida para algo maior que a si mesmo“. Joseph Campbell. [p. 61]

“A confirmação de D.B. era exatamente o que Tanto esperava escutar. D.B. dizer que aceitava as adversidades que poderiam ter que enfrentar juntos era para Tanto a reafirmação do vínculo que tinham estabelecido durante a década anterior, quando um salvava o outro no Iraque, Afeganistão e agora na Líbia. Os comentários de Tanto também eram a sua maneira de dizer que, se tivessem que sair do Anexo com menos de uma dezena de combatentes para enfrentar uma força grande e fortemente armada, ele se sentiria confiante com D.B. ao seu lado. Por conhecer Tanto muito bem, D.B. captou a mensagem“. [p. 243]

“Tanto se lembrou de uma cena da série de TV da HBO chamada Band of Brothers, em que um oficial ordena que um soldado com medo em uma trincheira comece a lutar. Ele lembrou-se de uma fala sobre abraçar a morte como um caminho para se encontrar a força para começar a lutar. ‘Não quero morrer’, pensou Tanto. ‘Nenhum de nós quer morrer. Mas essa é uma possibilidade, e se você não aceita-la, isso vai ficar o tempo todo martelando a sua cabeça e você não será capaz de agir. Então aceite isso, tenha consciência de que existe a possibilidade de você nunca mais falar com a sua família’“. Tanto. [p. 244]

 

“Em qualquer combate que estiver, você vai sempre querer que apareça a maior quantidade de aliados possível e com a maior quantidade de armas que conseguirem“. D.B. [p. 249]

“Um católico não praticante, Jack considerava-se respeitador de todas as culturas e religiões. ‘Todo mundo tem sua própria ideia sobre o que e quem é Deus’, pensou ele. ‘Ninguém está certo, ninguém está errado. A pura verdade é que ninguém sabe, por isso se tem fé. Se você cresce na China, a sua ideia sobre como são as coisas e de que maneira elas acontecem é diferente daquelas que têm as pessoas que cresceram na América do Sul ou no Oriente Médio. Uma pessoa afirmar que sua religião é a certa e que a de todos os outros é errada e ingênua é a mais completa ignorância’“. Jack. [p. 270].

“As pessoas nos Estados Unidos acordam e vão para os seus trabalhos das nove às cinco todos os dias e não têm consciência de todas essas batalhas, guerras e pessoas que morrem a cada minuto em todo o mundo. Isso é vida. É assim que outros países vivem. Esse é um acontecimento diário em alguns lugares“. Jack. [p. 271]

Eu ainda não assisti o filme, mas só de ver o trailer meu coração disparou !! Tudo que li no livro, foi transmitido nele e eu não vejo a hora de me emocionar com o longa. Vou deixar o vídeo aqui:

E, clicando aqui, você vai para o site do filme.

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É isso pessoal !!

Quem já leu o livro? O que achou dele? E quem já viu o filme ?! Me contem aqui nos comentários, eu adoraria conhecer a opinião de vocês ♥ !!

Espero que tenham gostado da resenha de hoje.
Muito obrigada por acompanharem até aqui.

Com carinho ♥,
Juliana Fiorese.

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